[:br]Quem garante é o secretário-executivo da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Guilherme Ramalho, que participou de debate na Airport Infra Expo & Aviation Expo, evento que acontece em São Paulo

A fase operacional do Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional (PDAR), ações planejadas pelo governo federal que visa impulsionar a aviação regional no Brasil, deve começar ainda este ano, garante o secretário-executivo da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Guilherme Ramalho. Ele participou da Airport Infra Expo & Aviation Expo, principal encontro da cadeia de equipamentos e serviços de infraestrutura aeroportuária e aviação comercial. O evento acontece até amanhã no Expo Center Norte, em São Paulo.

O programa prevê a realização de reformas e melhorias em 270 aeroportos regionais do País com um investimento aproximado de R$ 7,3 bilhões. “Estamos na fase de estruturação e já recebemos 240 estudos. Teremos grandes transformações no setor nos próximos três anos. Ainda há 40 milhões de brasileiros sem acesso a uma operação aeroportuária em um raio inferior a 100 quilômetros do local onde vivem”, disse.

O cenário do setor é, de uma forma geral, promissor, afirmou Ramalho. “O movimento nos aeroportos brasileiros triplicará nos próximos 20 anos. Temos um desafio pela frente”. Destacou, também, o impacto econômico positivo do programa citando, como exemplo, um estudo da consultoria Oxford Economic, divulgado pela Associação Internacional do Transporte Aéreo. De acordo com a pesquisa, um aumento de 10% de conectividade entre os aeroportos brasileiros promoveriam um aumento de R$ 2 bilhões no PIB.

Falta visão aos prefeitos sobre o conceito de aeroporto regional

Os prefeitos cometem um erro ao pensar que o aeroporto é uma estrutura municipal e não regional. A avaliação foi feita pelo consultor técnico da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Adalberto Febeliano, durante o Painel “Programa de investimento em logística: o futuro planejado para os aeroportos regionais no Brasil”, um dos debates que fazem parte da Airport Infra Expo & Aviation Expo.

Febeliano exemplifica a afirmativa com o município de Itanhaém, no Litoral Sul Paulista: “O aeroporto que existe no município é um caso clássico de falta de visão. Os prefeitos das cidades vizinhas não se importam e pouco se envolvem para que o complexo torne-se economicamente viável para aviação civil e de carga. Podia ser um concentrador das atividades de toda a região da Baixada Santista e Litoral Sul, mas hoje está dedicado às atividades da Petrobras”.

Para Febeliano, um aeroporto regional só é viável economicamente quando há o envolvimento dos setores público e privado. “Além da visão sistêmica dos prefeitos, é essencial que a iniciativa privada participe, promovendo o crescimento imobiliário e o desenvolvimento de atividades de negócios, por exemplo”, explicou. Um caso de sucesso citado por ele no debate ocorreu no Tennesse, nos EUA, onde três cidades (Bristol, Kingsport e  Johnson City) viabilizaram a operação do Aeroporto Regional Tri-Cities.

Concessões passam por fase de adaptação

O processo de concessão de aeroportos brasileiros para a iniciativa privada está em fase de adequação. A afirmação é do diretor executivo da Associação Nacional das Empresas Administradoras de Aeroportos (Aneaa),  Douglas Rebouças de Almeida. “A primeira etapa foi de transição e a segunda de ampliação, em virtude da Copa do Mundo. Agora estamos nos adaptando e, por mim, teremos a fase de manutenção”, explica.

Rebouças faz um balanço positivo desde o início do processo, há dois anos: “A iniciativa privada está mudando a cara dos aeroportos brasileiros. Os planos de ações iniciais promoveram melhoras operacionais, modernização da gestão operacional e do tarifamento”. Na primeira etapa do processo de concessões foram investidos R$ 29 bilhões em infraestrutura. Na segunda fase a previsão de $ 20,8 bilhões.

O diretor da Aneaa faz, no entanto, uma ressalva: “Depois de dois anos percebemos que a eficiência do aeroporto não depende apenas da concessionária, mas de todos os entes envolvidos no processo. O usuário enxerga o complexo como um todo”.

Quem segue a mesma linha de pensamento é o diretor de Operações do GRU Airport, Miguel Dau: “O grande desafio não é a integração de todos os stakeholders, tanto que implantamos o A-CDM (Airport Colaborative Decision Making) para envolver todos os entes no processo. Não podemos ser responsabilizados, por exemplo, pelo congestionamento que o usuário enfrenta para chegar do centro da cidade até o aeroporto”.

Viracopos apresenta estudo de macrozoneamento

O Aeroporto de Viracopos apresentou um estudo de macrozoneamento com o objetivo de estabelecer metas e critérios para crescimento sustentável do complexo. “A proposta é que, em conjunto com a prefeitura de Campinas, promover o aeroporto como um grande indutor de desenvolvimento regional”, destaca o diretor comercial  da Brasil Viracops S.A., Aluizio Margarido.

A pesquisa foi realizada pela consultoria Urban Systems com base no conceito de aeroporto-cidade do professor da Carolina do Norte (EUA), John Kasarda, autor do livro “Aerotrópole: o modo como viveremos no futuro”. “A ideia principal é de pensar o desenvolvimento regional onde a conectividade e os negócios se estabeleçam pelo aeroporto”explica o presidente da Urban Systems, Thomaz Assumpção.

Com base em futuros planos de investimentos governamentais e áreas com potencial de desenvolvimento, o estudo prevê a integração dos clusters alimentícios, aeroespacial, automotivo e farmoquímico com o aeroporto. “E pensamos, também, naqueles que apresentam potencial de crescimento como o de tecnologia da informação”, completa Assumpção.

Empresa aposta em solução militar para segurança nos aeroportos

A Smiths Detection participa desta edição da Airport Infra Expo & Aviation Expo apostando em equipamentos portáteis com tecnologia militar para expandir o mercado na área de inspeção de acesso aos aeroportos. “São soluções com protocolo militar que antes não podiam ser comercializadas e que ampliam a segurança contra o tráfico de drogas e transporte de explosivos”, afirma o diretor de Marketing da empresa, José Barna.

Um deles é o Ionscan 500DT, um detector simultâneo de vestígios de explosivos e narcóticos. “Ele tem uma biblioteca de dados com informações de substâncias químicas, que podem ser identificadas em oito segundos. A Polícia Militar de São Paulo fez um teste em uma blitz com o nosso equipamento e conseguiu detecar sinais de explosivas no corpo de marginais que iriam explodir um caixa eletrônica”, diz.

Sobre a Airport Infra Expo & Aviation Expo
A Airport Infra Expo & Aviation Expo – Feira internacional de infraestrutura aeroportuária e aviação comercial será realizada pelo quarto ano consecutivo, entre os dias 17 e 19 de setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo. O evento, idealizado e organizado pela Sator, deve reunir 120 empresas expositoras em 2014 e expectativa dos organizadores é superar os 4.500 visitantes. Simultaneamente ao evento acontecem também seminários e workshops relacionados ao à infraestrutura aeroportuária e da aviação comercial.

 Sobre a Sator
Empresa de comunicação e eventos, a Sator tem a missão de oferecer soluções empreendedoras, conscientes e transformadoras para organizações e pessoas comprometidas com atitudes que garantam o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e socioambiental. A empresa conta com uma ampla experiência na organização de eventos de aviação como a Labace – Latin American Business Aviation Conference & Exhibition (entre 2007 e 2009), a Feira Nacional de Aviação Civil (desde 2008) e o Broa Fly-in (2006 a 2008).[:]